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Mónica Sousa em destaque na Visão: Novos dados sobre a Creatina e o Estudo da WADA com Atletas de Elite

A docente da FEFD e investigadora do CIDEFES & CIFI2D partilha conclusões do estudo financiado pela Agência Mundial Antidopagem, alertando para os riscos da suplementação em menores e clarificando os mitos sobre o desempenho desportivo.

Num artigo publicado na revista Visão no passado dia 20 de novembro, a Professora Doutora Mónica Sousa, docente da Faculdade de Educação Física e Desporto (FEFD), investigadora do CIDEFES e CIFI2D e Coordenadora do Departamento de Nutrição do Centro de Optimização Desportiva do Sporting Clube de Portugal, analisou os efeitos fisiológicos da cafeína e da creatina, revelando também dados inéditos de um estudo financiado pela Agência Mundial Antidopagem (WADA).

O estudo observacional, coordenado pela investigadora, focou-se na prevalência do uso de suplementação em 328 atletas portugueses de elite, abrangendo 40 modalidades desportivas. Os dados revelam que 81% destes atletas consomem creatina, um número que reflete a robustez científica deste suplemento.

Mitos e Verdades sobre a Creatina 
Mónica Sousa esclarece que, embora a creatina monohidratada seja o suplemento mais estudado e seguro para adultos saudáveis, a sua eficácia depende do contexto. "Para atividades de longa duração, parece ser mais eficaz para quem pratica atividade desportiva com desníveis, como trail ou ciclismo de montanha, ou para situações onde seja necessário sprintar no final da corrida", explica a docente.

A investigadora nota ainda que cerca de 20-30% das pessoas são "não respondedores", ou seja, não registam aumento das concentrações celulares de creatina após a toma.

Segurança e Contaminação: Um problema de saúde pública 
Um dos pontos críticos abordados na peça é o risco de contaminação de suplementos com substâncias proibidas, o que acarreta sanções pesadas para atletas e riscos de saúde para a população geral. "Os suplementos que recomendamos aos atletas têm certificados específicos de não contaminação", sublinha Mónica Sousa.

O Alerta para Menores de 18 Anos 
Talvez o dado mais impactante da investigação prenda-se com a população jovem. Alinhada com as recomendações do Comité Olímpico Internacional e da Academia Americana de Pediatria, Mónica Sousa desaconselha o uso de creatina antes dos 18 anos.

"Estamos a estudar uma eventual ligação entre o uso de suplementação e as atitudes pró-dopagem, pois sabemos que um atleta que toma suplementos tem duas vezes e meia mais riscos de se dopar", alerta a investigadora, indicando que a suplementação precoce pode funcionar como uma porta de entrada para comportamentos de risco.